Poder do Estado na mudança da realidade infantil
Nosso país passa por um dilema cultural: como garantir que uma criança tenha uma educação de qualidade, momentos de lazer, assegurar que ela se mantenha longe do trabalho em um sistema em que se valoriza o aprendiz-trabalhador e muitas vezes, a necessidade econômica parece justificar a mão de obra da criança?
Muitos pais defendem a idéia de que o trabalho protege os filhos dos “perigos do mundo”, porém esse mesmo isolamento dos jovens da sociedade pode causar problemas indesejados a eles, como amadurecimento forçado e precoce, dificuldades em relacionamentos sociais e por fim o assassinato de seu maior tesouro, a infância.
Apesar de existir legislações que proíbam oficialmente esse tipo de trabalho, é comum nas grandes cidades do sudeste a presença de menores em cruzamentos vendendo bens de pequeno valor. Tão comum quanto, são as crianças que trabalham em canaviais, à péssimas condições, nos estados no nordeste.
Portanto não se trata apenas de um problema econômico, mais algo maior, de influência dos serviços oferecidos pelo estado como educação, assistência social, cultura e esporte de forma tão desigual.
Baixo nível de escolaridade, por exemplo, é uma realidade em regiões onde o trabalho infantil é frequente. Uma criança de uma família sem estudo, possivelmente estará numa situação não muito favorável de vida e terá que trabalhar para tentar mudar esta situação.
Desse modo, conclui-se que o Brasil possui políticas para exterminação do trabalho infantil, porém, para estas serem aplicadas, deve-se haver uma reformulação da política econômica do país, para que assim, o estudo e o bem estar das crianças sejam respeitados.